O que aprendemos com o mais longo estudo sobre felicidade

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O que mantém uma vida saudável e feliz? Como você responderia a essa pergunta para alcançar mais felicidade daqui a alguns anos e quais seriam seus objetivos? Uma antiga pesquisa feita com a geração Y mostrou que 80% dos entrevistados tinha como maior objetivo de vida ficar rico, e 50% disse que outro grande objetivo era ser famoso.


Atualmente ainda há uma necessidade em comum entre diferentes gerações de atingir cargos de alto escalão em pouco tempo, ou juntar seu primeiro milhão antes dos 30 anos de idade. Frases e imagens motivacionais tentam convencer que o melhor investimento é priorizar o trabalho para se ter uma vida boa, mas não há provas.


Em um TEDx de 2015, Robert Waldinger apresentou provas do que realmente faz com que as pessoas cresçam mais saudáveis e mais felizes. Robert é diretor do mais longo estudo conhecido sobre a felicidade, o Estudo de Desenvolvimento Adulto, que estudou sobre a vida de 724 homens durante aproximadamente 75 anos.


Nesse projeto os homens participantes eram questionados sobre sua saúde física, carreira e relacionamentos, a fim de mostrar identificadores de um envelhecimento saudável. Alguns se tornaram pedreiros, médicos, advogados, operários, e um deles se tornou presidente dos Estados Unidos (John F. Kennedy). Este é um estudo único tanto pelo tempo de duração quanto pelo status social dos seus participantes.


Dentro desse projeto havia dois diferentes grupos de estudo:

  1. Grant Study: 268 homens, brancos, estudantes de Harvard entre 1939 e 1944, com cerca de 19 anos de idade. Terminaram a faculdade durante a Segunda Guerra, e muitos serviram nela.

  2. Glueck Study: 456 garotos, brancos, entre 11 e 16 anos, moradores dos bairros mais pobres de Boston. Esse grupo foi escolhido para contrastar com o primeiro, pois se tratavam de pessoas inseridas em famílias desfavorecidas na época.



Como funcionou o estudo


A cada 2 anos, todos os participantes respondiam perguntas sobre sua saúde física, saúde mental, qualidade do casamento, carreira, férias e outras aspectos de suas vidas. A cada 5 anos, as informações sobre saúde eram coletadas por médicos. Muitos dos participantes também realizaram entrevistas dentro de suas casas, a cada 5 ou 10 anos, para documentar informações mais profundas sobre relacionamentos, carreira e envelhecimento.


Após todos esses anos e uma quantidade imensa de dados, os pesquisadores cruzaram razões e consequências, medindo a relação entre diferentes fases da vida com o sucesso e felicidade dos participantes.





Os resultados do estudo


O alcoolismo é uma desordem de grande poder destrutivo:

Ele foi a principal causa de divórcio entre os homens do estudo e suas esposas; teve relação com neurose e depressão; juntamente com o tabagismo, foi o maior contribuinte para a morte precoce dos participantes.


Sucesso financeiro depende dos relacionamentos íntimos e, acima de certo nível, não da inteligência:

Dos participantes, aqueles que “pontuaram” mais no calor dos seus relacionamentos ganharam em média 141 mil dólares por ano a mais em seus salários mais altos (entre 55 e 60 anos). Entre os que tinham QI na faixa de 110 e os com QI acima de 150, não houve diferença significativa na renda máxima obtida.


A mentalidade política é correlacionada à intimidade:

Os homens participantes com pensamento mais conservador cessaram suas relações sexuais com uma idade média de 68 anos. Os homens com pensamento mais liberal tinham vida sexual ativa com 80 anos de idade.


O relacionamento com pai e mãe durante a infância influencia na ansiedade, sucesso e realização na vida adulta:

Os homens que eram mais próximos de suas mães durante a infância ganharam em média 87 mil dólares a mais por ano do que os que eram mais distantes das mães, e esses mais distantes tinham mais propensão a desenvolver demência na terceira idade. No final de suas carreiras, esse relacionamento com a mãe na infância estava associado também à eficácia no trabalho. Já em relação ao pai, os homens que tinham um bom relacionamento com o pai durante a infância tinham taxas mais baixas de ansiedade na vida adulta, maior aproveitamento das férias e maior satisfação na vida com 75 anos.


A principal conclusão do estudo é que são os relacionamentos íntimos ao longo da vida que tem maior impacto positivo no crescimento profissional, pessoal, mental e físico. George Vaillant, ex-diretor do projeto, concluiu em poucas palavras o que o estudo mostra: “Felicidade é amor. Ponto final.”


Bons relacionamentos mantém uma vida saudável e feliz. Coloque isso em prática hoje e tenha um futuro verdadeiramente melhor.


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